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quarta-feira, 19 de abril de 2023

Como anda a sua pressão arterial?

No mundo inteiro, mudanças para pior nos hábitos de vida e de dieta têm contribuído para o aparecimento de um número cada vez maior de doenças crônicas. Dentre essas, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) tem destaque por conta de sua rápida expansão e incidência: segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (Brasil, 2019), cerca de um a cada quatro brasileiros com mais de 18 anos tinham pressão alta. Para quem tem mais de 75, seis a cada dez pessoas.

É uma doença responsável por 200 mil mortes no Brasil a cada ano, ou 23 mortes por hora. No mundo inteiro, são 10 milhões de pessoas morrendo da doença por ano.

O diagnóstico de HAS não é difícil, e se deve sempre suspeitar da doença se medidas repetidas da pressão arterial se mostrarem elevadas, ou seja, acima de 140mmHg para a sistólica (máxima), e acima de 90mmHg para a diastólica (mínima), ou seja, acima de 14x9. Se esses valores estiverem presentes, mesmo que você não esteja sentindo nada, você deve procurar seu médico para que ele possa lhe dar a orientação necessária para confirmar o diagnóstico e orientar quanto ao melhor tratamento.

Se não tratada de forma adequada, a HAS pode evoluir para complicações graves, justamente por conta dos estragos dentro dos vasos sanguíneos dos diversos órgãos do corpo, tais como rins, coração, sistema nervoso e retina (olhos), dentre outros. Sendo assim, ao longo do tempo, a falta de tratamento pode trazer complicações:

·       Insuficiência renal: os rins param de funcionar de forma adequada e muito frequentemente os pacientes são obrigados a fazer hemodiálise 3 vezes na semana;

·     Dilatação do coração: a força dessa pressão não controlada faz dilatar o coração de dentro para fora, tornando-o incapaz de cumprir sua função de bombear o sangue pelo corpo, uma condição chamada Miocardiopatia Dilatada com Insuficiência Cardíaca. Nesses casos, são comuns inchaços progressivos, falta de ar e incapacidade para fazer esforços;

·      Infarto Agudo do Miocárdio: os danos causados pelo aumento da pressão arterial atingem também os vasos coronários, responsáveis pala boa irrigação sanguínea do coração. O fechamento desses vasos leva ao infarto agudo do miocárdio, e ocorre em 65% dos pacientes com pressão alta não controlada;

·   Acidente Vascular Cerebral (AVC): também conhecido como “derrame”, é uma das complicações mais temidas, atingindo oito a cada dez pessoas que não controlam seus níveis de pressão arterial, trazendo consequências geralmente devastadoras para o paciente e seus familiares;

·    Retinopatia (cegueira): os vasos sanguíneos da nossa retina ocular são muito sensíveis à pressão alta, e são muito comuns casos de cegueira tendo como causa a HAS.

Os problemas relacionados ao diagnóstico e tratamento da HAS são preocupantes e graves:

·         Mesmo convivendo com níveis elevados de pressão, nas fases iniciais da doença, na maioria das vezes, os pacientes não apresentam sintomas, o que dá a sensação de que a doença não é tão grave assim;

·         Quando resolvem procurar um médico para orientação, muitos abandonam o tratamento por achar que, uma vez normalizada a pressão, não é mais necessário o uso continuado da medicação. Ou apresentam um efeito colateral e abandonam o tratamento sem comunicar seu médico para que sejam tentadas outras alternativas medicamentosas;

·     Os pacientes em uso regular e correto da medicação com frequência não fazem mais controles periódico, justamente por achar que não é necessário fazer mais nada devido ao controle: é importantíssimo medir sempre, mesmo se a HAS estiver sob controle, pois a doença pode mudar seu comportamento sem avisar e podem ser necessários ajustes no tratamento, tais como troca da medicação ou alteração nas doses;

·      As medidas que auxiliam muito o sucesso no tratamento que não são medicamentosas, tais como atividade física, mudança de hábitos de vida (abandonar o cigarro, por exemplo) e de orientação alimentar (principalmente redução do sal), são muitas vezes deixadas de lado, pois mexem com comportamentos habituais e alimentares difíceis de serem mudados. Mas que ajudariam muito se pudessem ser;

·     Uma parcela significativa de pessoas com HAS já se encontra com anormalidades graves e irreversíveis decorrentes das complicações da doença, quando finalmente resolvem se cuidar. Nessa fase, a eficiência do tratamento não é a mesma;

·   Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença crônica e na imensa maioria das vezes vai requerer o tratamento para o resto da vida. Não tem cura, mas tem controle.

Visite seu médico regularmente a cada ano, principalmente se você tem mais de 45 anos e tem casos na família de HAS. Quanto mais cedo a doença for atacada, menor é o risco de, ao longo dos anos, desenvolver complicações intratáveis.

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