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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Você já ouviu falar em sepse?

O público em geral, e infelizmente uma parte dos profissionais de saúde, desconhecem o termo "sepse". Na esteira do sucesso de público da superbactéria KPC, um conhecimento acerca dessa tema seria bem conveniente.
A sepse (antigamente chamada septicemia) é uma síndrome e não uma doença. É, portanto, um conjunto de sinais e sintomas na grande maioria das vezes associadas a infecções mais graves de qualquer localização. Esses sinais e sintomas são produzidos por toxinas provenientes do próprio agente infeccioso (bactéria, vírus ou fungo) e, na maior parte, por substância chamadas "mediadores inflamatórios" produzidas por células do nosso sistema imune, despejadas em grande quantidade na circulação em resposta à presença do organismo invasor. Esses mediadores inflamatórios, e não o agente infeccioso em si, são os maiores responsáveis pela sucessão de eventos danosos que ocorrem no organismos, caracterizadas em última análise pela incapacidade de manter uma adequada perfusão sanguínea nos diversos tecidos do corpo.
Se o processo não for interrompido de forma adequada, podemos ter um colapso circulatório ao qual chamamos de "choque séptico". A manutenção desse estado, mesmo que o tratamento adequado seja instituído, promove o mal funcionamento (por má perfusão sanguínea) dos órgãos vitais tais como coração, cérebro, rins e fígado, levando ao que chamamos "disfunção orgânica", em boa parte das vezes com graves consequências, quando não leva ao falecimento do paciente.
A importância de trazer essa reflexão parte do pressuposto de que entre 50 a 60% dos pacientes com sepse na sua forma grave não resistem e morrem nas UTI's, tanto no Brasil quanto no mundo, a despeito do melhor tratamento. E o pior é que dentro desse contexto de KPC's e outras bactérias super-resistentes, que como falei antes não é um evento isolado (ao contrário, corriqueiro), o diagnóstico mais frequente entre todas as UTI's tomadas em conjunto é justamente a sepse.
Isso posto, falaremos um pouco mais sobre as repercussões globais desse fato nos próximos post's, mas era necessário fazer essas definições.

2 comentários:

Anônimo disse...

Não ficou claro pra mim por qué o diagnóstico da KPC como sepse é ruim?

Anônimo disse...

Desculpe:
Não ficou claro para mim: Por qué o diagnóstico da KPC como sepse é ruim?